Além da sala de aula, a educação atrelada à cultura tem produzido um efeito transformador e motivador na vida dos alunos de cinco escolas municipais. Esse resultado é fruto de uma parceria da Secretaria Municipal de Educação com a Organização Social Polo do Conhecimento, que tem investido em atividades culturais como componentes essenciais à matriz do conhecimento na educação básica. A culminância dessa iniciativa aconteceu na sexta-feira (28), na Escola Municipal Roberto Weguelin de Abreu, quando foi lançado o URBWorks, onde reuniu também alunos de mais quatro escolas: CIEP 220 – Yolanda Borges, Presidente Costa e Silva, Maria de Araújo da Silva e Márcio Fiat. O evento ofereceu oficinas de grafite, designer de moda, passarela, capoeira, jazz, funk styles, hip-hop e recreação, além de palestras. Ao todo, cerca de 290 estudantes, do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental, participaram das atividades ministradas por profissionais voluntários. O objetivo é estender o projeto para toda a rede municipal de ensino.
Para os amigos e alunos da Maria de Araújo, Salomão Lucas Nascimento, de 15 anos, Andrey Messias Ribeiro,14, e Cauê de Andrade, 13, as oficinas de dança, grafite e capoeira foram as melhores atrações . “É muito bom a gente aprender coisas novas. Quero ser professor de dança quando crescer”, adiantou o pequeno Salomão, todo orgulhoso.
Já Aghata Yasmin Costa, de 11 anos, aluna do 6º ano, da Weguelin, acrescentou que adora dançar, mas curtiu participar das oficinas de moda e de desenho.
De acordo com o presidente do Polo do Conhecimento, Mark Araújo Coelho, que também é coreógrafo, o objetivo é oportunizar a aquisição de habilidades e conhecimento no contexto de uma educação voltada à sociedade multicultural. “Agradeço a SME por ter acreditado no projeto e me deu a importunidade de desenvolvê-lo nas escolas, o que tem tomado uma proporção cada vez maior. Esse trabalho começou voluntariamente em 2017, na Weguelin, quando comecei a dar aula de dança urbana e contemporânea. A procura dos alunos foi tão significativa, que, paralelamente, criei a Companhia de Dança Urbana Metarmofose (CDUM) com aqueles que mais se destacam. Eles, inclusive, já se apresentaram em eventos fora da rede”, contou Mark.
Outros profissionais voluntários, que participam do Polo do Conhecimento, ainda se dividem para dar aulas de dança nas outras quatro escolas que participaram do URBWork. As aulas são ministradas, às terças e quintas-feiras, das 8h30 às 15h. Em cada unidade, são atendidos cerca de 60 alunos, divididos por faixa etária, de 9 a 16 anos.
Mark conta que antes de iniciar as aulas teve o cuidado de fazer uma avaliação junto aos alunos sobre suas preferências e descobriu que a dança é a modalidade que mais os atrai. Procurou também conversar com os familiares no sentido de agregá-los ao projeto. “Além da atividade, é importante trabalhar com a comunicação e o diálogo. Começo sempre com um bate-papo, abordando temas de conscientização sobre saúde, disciplina e recuperação da autoestima, entre outros. Na Weguelin, por exemplo, os alunos eram agitados e desatenciosos, mas depois que começaram a fazer parte do grupo, tiveram uma mudança grandiosa. As notas e a frequência melhoraram e eles ficaram mais calmos. Para alcançar o objetivo, é preciso envolver a família, o aluno e a direção. E, se a região for violenta, levamos o amor”.
“O trabalho do Mark é maravilhoso. É um presente para a nossa escola. Esse tipo de atividade surte um efeito que tem atraído as crianças mais do que a sala de aula”, avaliou o diretor da Weguelin, Robson Carvalho.
Integrante do grupo de dança, há dois meses, o talentoso Lucas Pontes Soares, de 11 anos, aluno do 6º ano da Weguelin, contou que depois que começou a fazer as aulas, sua vida ficou mais feliz. “Eu era tímido e não imaginava que pudesse dançar. Mas venci a vergonha e hoje adoro hip-hop e funk styles. Minha mãe ainda me incentiva, pois viu o quanto melhorei na escola. Aqui é uma família”, comemorou, enquanto mostrava sua performance.
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