Cuidados com a saúde mental da comunidade escolar no contexto da pandemia a gente vê por aqui. O Programa EscolaQPrevine começou a ser desenvolvido na Escola Municipal Jayme Fichman, em Saracuruna, e promete servir de referência para toda a rede municipal de ensino de Duque de Caxias. A iniciativa traz ainda a participação efetiva de pais e responsáveis de alunos. Na última quarta-feira (10/11), eles estiveram em uma reunião na unidade escolar para conhecer de perto os detalhes do projeto e, posteriormente, assinarem autorização para que seus filhos, caso queiram, participem do programa. A iniciativa é desenvolvida pela Fiocruz junto com o Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio (IPPES), sendo abraçada pela Secretaria Municipal de Educação de Duque de Caxias.

As mães, que participaram da reunião, estavam visivelmente gratas com a ação:

Adriana de Jesus Gonçalves, mãe do estudante Alexandre Luiz Rosa da Silva, de 13 anos, é uma delas. “Durante a pandemia, com o distanciamento social, achei o meu filho bastante agitado. Sou cabeleireira, fico fora de casa o dia inteiro, e não consigo lhe dar muita atenção. Mas, agora, com esse projeto, ele receberá o acompanhamento necessário. Além disso, ele joga futebol, o que o ajuda bastante a extravasar sua energia”.

Para Claudia Veríssimo, mãe da aluna Amanda Giovana Veríssimo, de 14 anos, a novidade chegou no momento certo. “Vi que é um projeto muito proveitoso e importante, pois todo esse processo de pandemia mexeu muito com a cabeça dos nossos filhos. Eu já tinha até procurado ajuda em outro local, mas a minha filha não se adaptou. A minha esperança é que aqui, em grupo, ela se sinta mais à vontade”.

Entusiasmada com a repercussão do projeto, a presidente do IPPES, Dayse Miranda, ressaltou a importância da integração familiar.
“Não se faz prevenção de forma isolada. É preciso trazer os pais para a escola e tê-los como parceiros. Os adolescentes inscritos vão participar de oficinas terapêuticas, ou seja, eles aprenderão a usar as ferramentas de como lidar com suas emoções. Já aqueles que necessitarem de alguma ajuda, serão acompanhados individualmente. A ideia é que a gente forme multiplicadores de prevenção e crie um ambiente seguro na escola durante o período de pandemia. Além disso, a partir de dezembro, teremos atendimento psicossocial para pais, professores e alunos em risco. Temos uma equipe formada por psicólogos voluntários do Brasil inteiro”, adiantou a presidente.

De acordo com a subsecretária Pedagógica, Myriam Medeiros, o momento é de trazer para a escola o poio para o retorno do “novo normal”. “Vemos esse projeto de maneira muito positiva, pois é uma forma de trabalhar questões antes que se transformem em problemas maiores”.

O diretor da Jayme Fichman, João Bosco da Costa, também elogiou a parceria. “Nossa escola é tradicional e muito respeitada na comunidade. Hoje, devido as circunstancias, vejo a tamanha necessidade desse trabalho. Há casos de crianças dizendo que não precisam mais viver. O IPPES vai nos direcionar a ajudar essa garotada”, acredita o diretor.

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